quinta-feira, 1 de setembro de 2011

o "Eu" no futuro

Imagine que conseguiria ver no escuro, adquirir uma força sobre humana, ter implantes de órgãos artificiais, conseguir mover membros artificiais ou ainda adquirir um sexto sentido. Pensaria que seriam cenas de filmes, não? Pois engane-se, já corresponde à realidade e será bastante usual já nas próximas décadas.
A combinação da robótica, genética e da neurologia vai permitir revolucionar a forma como vemos o nosso corpo.


Segundo uma estimativa do governo americano existem, actualmente, cerca de 10 milhões de mulheres em todo o Mundo que possuem implantes mamários em silicone. Mas o silicone está a passar de moda e a empresa Cytori, depois de 8 anos de pesquisa, desenvolveu uma técnica que permite o crescimento dos seios a partir de células do próprio paciente.

O médico usa uma seringa para tirar uma pequena quantidade de gordura da barriga do paciente, processo que é repetido cerca de 10 vezes. O material recolhido terá células adiposas e algumas células-tronco sendo que depois será centrifugado numa máquina para que a mistura fique superconcentrada, ou seja, com uma maior quantidade de células-tronco do que gordura.
Depois disto, o líquido é injectado em vários pontos do seio que aumenta logo em virtude da deposição da gordura. Ao longo das semanas seguintes as células-tronco formarão vasos sanguíneos o que impedirá a reabsorção da gordura e fixando-a no lugar.

O resultado é mais natural do que o silicone e que, como é feito com as células da própria paciente, não apresenta nenhum efeito colateral.

Outras aplicações das células tronco passam pela produção de dentes de forma a substituir algum dente que caiu ou que se encontre estragado ou ainda pela produção de órgãos e tecidos.
Em 2006, Kaitlyne McNamara que nasceu com uma malformação da bexiga, tornou-se a primeira pessoa a receber uma bexiga artifial. Foram extraídas algumas células saudáveis de Kaitlyne e colocadas num molde (em forma de bexiga) e estas foram multiplicando e em poucas semanas o órgão estava pronto a ser implantado.

Zhenan Bao, pesquisador da Universidade de Stanford, criou uma pele para rôbos: uma película flexível equipada com células fotovoltaicas, capaz de obter energia da luz solar para alimentar os circuitos do rôbo. Esta pele é muito mais sensível que a natural podendo "detectar o movimento de uma mosca" refere Bao. Permitiria sentir o Mundo de uma forma completamente nova e muito mais intensa, mas para isso é necessário conectar o sistema nervoso a esta "pele". E imagine, já está a acontecer...

A visão é um sentido muito sofisticado. A luz que chega aos olhos é captada por fotorreceptores na retina, que detectam diferentes frequências de luz e as transmitem ao cérebro através do nervo óptico. O cérebro recebe e processa o sinal, transformando-o na imagem que vemos (inicialmente a imagem captada é invertida!).
A empresa alemã Retina Implant AG desenvolveu um microchip com 1520 sensores que se coloca na retina e que, assim, é capaz de restaurar a visão de uma pessoa cega passando a ver numa resolução de 38x40 pixels (comparados com os 576 megapixels de uma pessoa normal). Esta resolução apenas permite sentir a presença de luz, distinguir formas geométricas e reconhecer certos objectos, para além de que a imagem é só a preto e branco mas, mesmo assim, fará uma grande diferença no dia-a-dia destas pessoas.
Para além disto, as pessoas serão capazes de ver raios infravermelhos dando a capacidade de a pessoa ver no escuro!
Imagem obtida através do microchip
Estudos recentes indicam que determinados animais como pássaros, vacas e raposas têm um sexto sentido- o de serem capazes de sentir o campo magnético da Terra. As aves migratórias utilizam essa capacidade para se orientar nos seus vôo, as raposas para caçar e as vacas ainda é uma incógnita mas, elas têm uma tendência a pastar viradas exactamente para o norte ou para o sul.
O cientista cognitivo Peter Konig, da Universidade de Osnabruck na Alemanha, desenvolveu um cinto com 13 placas sensíveis ao campo magnético da Terra. Sempre que uma dessas placas fica apontada para o norte ela vibra. Voluntários usaram esse cinto durante 6 semanas e um deles desenvolveu um instinto natural de direcção, passando a ser capaz de apontar sempre a direcção da sua casa, mesmo em lugares onde nunca tinha estado e mesmo sem estar a usar o cinto.
"Ao início foi meio estranho. Mas de repente notei que a minha percepção tinha mudado. Sentia que era impossível perder-me, mesmo em locais em que nunca tinha estado." revelou Udo Wchter à revista Wired.
Também há casos de pessoas que implementaram um pedaço de metal num dedo da mão e se tornaram capazes de sentir o magnetismo emitido por electrodomésticos.


Pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon dos Estados Unidos, construíram um computador capaz de ler pensamentos, ou perto disso. A máquina aprendeu a associar determinados pensamentos a padrões de actividade cerebral e, depois de algum tempo, conseguir decifrar o que as pessoas estavam a pensar. O sistema só consegue ler a mente de uma pessoa se ela estiver extremamente concentrada, o que nem sempre é fácil. Num futuro, não muito distante, o seu computador poderá ler os seus pensamentos e transmiti-los a outra pessoa.

A flexibilidade é quase infinita. "O cérebro aprende a gerir tudo, como se tivesse um braço a mais no corpo." diz o neurocientista Miguel Nicolelis,



Fontes: in "Super Interessante" Agosto, Brasil
             http://clarkvision.com/imagedetail/eye-resolution.html

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