sábado, 3 de setembro de 2011

A ciência dos preços

Numa altura em que o poder de compra em Portugal se encontra em níveis muito baixos, cerca de 20% abaixo da média europeia, e continuará a descer para minímos históricos face às medidas postas em acção pela "troika", saiba os truques que os consultores de preços executam de forma a tentar salvar o comércio.


Diversos produtos são lançados com um preço bastante elevado para a maioria dos consumidores. Mas quando um produto surge com um preço muito mais elevado e com características quase iguais (com um tamanho um pouco maior, ou com mais uma função) o consumidor vai achar o preço do produto mais barato mais interessante.
Este fenómeno é chamado de "ancoragem", no qual as pessoas são, inconscientemente, influenciadas por outros números relacionados quando estão a fazer a estimativa do valor numérico de algo.

Outra táctica utilizada passa pelo chamado "menu induzidor" no qual um restaurante por exemplo cobra por um bife com batatas fritas 5 euros se for pequeno, 7 se for médio ou 7,50 se for grande. Se a fome for grande tenderá a escolher o maior uma vez que é proporcionalmente mais barato.
O restaurante pode cobrar menos, pois a quantidade de comida no prato não interfere assim tanto no custo (há outras partes envolvidas como a mão de obra, água, electricidade, gás). Cobrando menos o restaurante leva-o a pedir o maior prato.Este fenómeno faz parte de um conceito largamente usado para conquistar o consumidor: o preço não linear.

O preço não linear é o fenómeno no qual o preço final que se paga não sobe proporcionalmente à quantidade de produtos e serviços que leva.
É o famoso "compre 2, leve 3" que vemos espalhado por todo o lado. É uma forma de reter os clientes que poderiam trocá-los por outras marcas, ou seja, gasta menos naquele momento para tornar a gastar ali mais tarde.
O consumidor é persuadido a gastar mais em nome da "poupança" sendo que o problema é que não está, necessariamente, a economizar. É uma decisão racional mas algo limitada visto que  dinheiro que gastámos a mais poderia ser gasto noutras coisas.


Por exemplo quer comprar 2 pastas de dentes, uma para usar já e outra para reserva sendo que o preço de cada embalagem na farmácia é de 2,50 euros. Mas a farmácia vende 5 pelo preço de 4, ou seja, por 10 euros. Então decide aproveitar a promoção e gastar 10 euros. Se fez uma boa compra? Possivelmente. Se sai satisfeito? Talvez. Mas quem sai mais satisfeito é o dono da farmácia que fez com que pagasse 10 euros em vez dos 5.

Não use o cartão de crédito. Quando paga em dinheiro apercebe-se de que está a ficar sem ele o que já não acontece quando usa o cartão. As pessoas que usam o cartão de crédito tendem a gastar mais 18% do que os que pagam a dinhheiro, afirma um estudo americano.
Pesquisadores dizem que um preço temrinado em 0 é mais fácil de ser lembrado uma vez que é um número redondo, sendo esta a razão pela qual existem tantos preços acabados em 99,
Mas não são só os números que actuam no nosso inconsciente, as vírgulas e os pontos também. Por exemplo 20.000,00 euros parece maior que 20000 euros ou 20 mil euros...



Fonte "Super Interessante" Agosto, Brasil

Sem comentários:

Enviar um comentário