sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O país da austeridade

Eis o dia 14 de Outubro de 2011, o dia em que mais uma vez Portugal acorda na boca do mundo pelas piores razões.

Aqui estão alguns dos destaques da Imprensa Internacional:

El Pais - "Portugal aumentará meia hora a jornada laboral e eliminará os subsídios aos funcionários"


ABC - "O Governo português elimina os subsídios de funcionários e pensionistas"/ "incluem o aumento em meia hora da jornada laboral no sector privado".

El Mundo - "Portugal amplia em meia hora a jornada laboral e suprime os subsídios"

La Vanguardia -"Portugal radicaliza o seu plano de ajuste para poder continuar no euro"

Publico (espanhol) – “Nova tesourada de Portugal às pensões e funcionários"/ "cortar inclusivamente salários inferiores a 1.000 euros e aumentará o IVA"

O Le Monde refere nova onda de austeridade para Portugal.
O Le Figaro faz ênfase no rigor das novas medidas.

Nos últimos tempos tornou-se hábito para nós, portugueses, ligar a televisão, o rádio ou abrir um jornal e depararmo-nos com a bela da “crise” ou da “recessão”, dos “impostos”, que sobem qual foguetão em direcção à Lua, a“queda na bolsa”, a “falência de empresas”, etc. Os exemplos são vários e no entanto nenhum é agradável de ouvir ou de se ler. Tornou-se mesmo tão banal a desgraça que até apetece humorizar a situação. (Lá diz o Zé Povinho: Deixa-me rir que é para não chorar!)



                                          

 

 

Mas de que é que se falava hoje de tão importante para ser alvo de tanta atenção internacional? De nada mais, nada menos daquele que é considerado por vários analistas como o mais severo e penalizador orçamento de estado de sempre!


Então, o que vai mudar no ano de 2012 afinal?
  • Finanças:
Grandes alterações nas taxas de IVA onde vão subir de taxa diversos produtos, tais como: bebidas e sobremesas lácteas, águas de nascente e águas minerais, refrigerantes, sumos e néctares de frutos, batata fresca descascada. Todos estes produtos considerados até hoje como bens essenciais e portanto taxados à taxa mínima (6%) vão agora passar à taxa máxima de 23%. Mas salvo desta subida fica o leite achocolatado!

Também produtos actualmente taxados com o valor intermédio (13%) vão passar à taxa máxima: conservas de carne, moluscos, frutos; café; aperitivos.

Estas são alterações que inevitavelmente se reflectirão em grandes subidas nos preços! Vai ser ainda mais difícil para as famílias de classe baixa e classe média servir uma refeição completa e com tudo aquilo que é necessário a qualquer ser humano para um correcto desenvolvimento e nutrição.

Ainda alguns serviços vão passar a ser cobrados à taxa máxima, nomeadamente os serviços de restauração, espectáculos artísticos e de provas desportivas. Escusado será referir que esta medida vai trazer directamente a diminuição no número de pratos servidos em restaurantes e na quantidade de bilhetes vendidos para espectáculos. Tal situação levará à falência inevitável de pequenas empresas que não vão conseguir manter “portas abertas”. O desemprego neste sector vai aumentar, o que vai levar à contracção da economia… e lá estamos novamente no mesmo poço sem fundo no qual entramos e de onde não estamos a conseguir sair.

Claro que todo este cenário é propício a episódios desesperantes, em que as pessoas que neles se vêem metidos entram em estados depressivos e que levam ao aumento dos casos de suícidio. Depressão essa, que é já considerada a epidemia do século XXI!
Olhando para o caso da Grécia, onde a taxa de desemprego já ultrapassa os 16%, os suícidios já subiram 17%, a violência e os homocídios também aumentaram e os assaltos quase duplicaram de acordo com um estudo da Universidade de Cambdrige.
Mas então se o estado, por erros de agora ou do passado, deste senhor ou do outro (de quem aparentemente já ninguém se lembra), nos leva a todos nós, lusitanos de sangue, conquistadores de outrora, para uma cenário de doença, talvez na área da saúde nos ajude um pouco, certo? ERRADO!


  • Saúde:
Ao todo o Serviço Nacional de Saúde vai ter que sobreviver com menos 600 milhões de euros do que este ano.
Taxas moderadoras mais caras, menos isenções, menos comparticipações, menos urgências.


Justando todos estes factos com os já anunciados aumentos de impostos, taxas da electricidade e gás natural e com o corte dos subsídios de Natal e de férias durante, pelo menos, os próximos 2 anos atingiu-se um estado insustentável!
O português comum deixou de poder viver para agora lutar por sobreviver...



Autor: Emanuel Martins

Adapatado por: André Caiado






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