segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Emigrar? Para onde?

Para qualquer português, ligar a televisão, está a tornar-se um autêntico sofrimento. Todos os dias, em todos os noticiários, somos confrontados com constantes medidas que afectarão o nosso dia-a-dia e as consequências dessas mesmas medidas. No fundo, apodera-se de nós um desespero por nada podermos fazer contra isto, por não sabermos o que nos espera e pior do que a própria "crise", é a perda da esperança e da confiança naqueles que nos governam.

Emigração

Dito isto, não é de admirar que muitos portugueses vejam a hipótese de emigrar como uma possiblidade a ter em conta (alguns como a única mesmo).

Um estudo realizado pela empresa de estudo de mercados internacional (GfK) que abrangeu 29 países, revelou que 43% da população portuguesa activa está à procura de outro emprego e cerca de três em cada dez portugueses estão mesmo dispostos a procurá-lo noutro país. Destes, 54% têm entre os 30 e os 39 anos e 42% têm formação superior.
De acordo com o estudo, esta percentagem é mais acentuada junto dos jovens trabalhadores, entre os 18 e os 30 anos (40 por cento). 25% coloca ainda a hipótese de vir a mudar de carreira.

«Os nossos resultados indicam um risco de ‘fuga de cérebros’ no próximo ano, o que originará problemas significativos para as empresas e para os países que procuram recuperar da recessão», explicou o director-geral da GFK Portugal, António Gomes.

«Um terço dos empregados na área de Investigação e Desenvolvimento está também disposto a mudar de país – precisamente os postos de trabalho que muitos países identificam como cruciais para a sua recuperação», frisou.

Em Portugal, este estudo foi realizado durante os dias 11 e 22 de Fevereiro, com uma amostra de 547 indivíduos.


Mas para onde ir?

O Índice de Desenvolvimento Humano, elaborado anualmente pelas Nações Unidas, analisa parâmetros como a sáude,  igualdade entre os sexos, educação e a liberdade política de 169 países.

Pelo oitavo ano consecutivo (!) é a Noruega que lidera a lista, apresentando uma esperança média de vida de 81 anos, um rendimento médio per capita de 41 848euros e um percurso escolar de 12 anos.
O "top 5" inclui ainda a Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Irlanda.
No outro extremo temos o Zimbabué que tem uma esperança média de vida de 47 anos e um rendimento per capita de apenas 125euros.

Falando em particular de alguns parâmetros o Liechtenstein lidera em termos de rendimentos per capita com o valor de 57 022euros enquanto que o Japão lidera em termos de esperança média de vida com cerca de 83,6 anos.


Portugal aparece em 40º lugar, sendo que se vive melhor em países como a Eslovénia, Eslováquia, Bahrein ou Quatar.

O Leste da Ásia e a zona do Pacífico tiveram o melhor desempenho do Mundo durante os últimos 40 anos, apresentando o dobro das conquistas em relação ao resto do Mundo e, como a tendência se continuará a manter, em breve alcançarão os países do topo da lista. A China apresenta, inclusivamente, o 2º melhor desempenho desde 1970, altura em que foi realizado o primeiro estudo.




São os mais jovens da nova "geração à rasca" que apresentam as melhores hipóteses para sair do país uma vez que muitos deles ainda não constituiram uma família, apresentam um espiríto aventureiro, estão mais instruídos, ainda têm idade para arriscar e vêem o seu futuro em Portugal como algo muito incerto.

Temos ainda os "génios" que à falta de condições e oportunidades em Portugal vêem quase "obrigada" a sua ida para o estrangeiro não contribuindo, por isso, para o desenvolvimento e recuperação do seu país.


Mas emigrar ou não já deixou de ser uma questão de patriotismo e passou a ser uma questão de subsistência...

Quer fiquem ou não, por favor, não liguem a televisão!



Fontes: http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=22319
             http://aeiou.visao.pt/ha-39-paises-melhores-para-se-viver-do-que-portugal=f578200

2 comentários:

  1. Muito bom o tema em geral!
    O problema da Noruega é o clima, que provoca imenso suicídios (sendo um dos países com taxa mais elevada do mesmo).
    Mas nem tudo lá é perfeito, eles não trabalham assim tanto, a FP lá entra ás 9:00 e sai as 16:00 (menos que em Portugal) e demoram mais de 3 semanas para tirar um cartão de contribuente!!!! (E em Portugal é tirado na hora...) E uma distancia de 400 km lá em Comboio (de Oslo a Trondheim) por volta de 8 horas ou mais! (Pois o governo diz que não quer gastar dinheiro em linhas de alta velocidade). Mas o que lhes dá realmente dinheiro é o petróleo (descobri a pouco que havia petróleo na Noruega :O) e optam sempre pelos produtos nacionais!
    Mas na minha opinião os melhores países para emigrar é Holanda e a Alemanha! O que acham?

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  2. Caro José, em primeiro lugar gostaria de agradecer a sua crítica e o seu interesse.

    Após ter feito alguma pesquisa encontrei o seguinte:
    -realmente os países escandinavos apresentam uma elevada taxa de suícidio, principalmente em jovens. Existem várias razões para isto como: o clima em que durante cerca de 9 meses existe neve, o facto de beberem bastante levando a uma maior tendência a desenvolver comportamentos de risco e o facto de terem acesso a uma enormidade de bens. Este facto faz com que não dêem o devido valor às coisas pelo que quando se apercebem disto fica um grande vazio, por falta de perspectivas de vida, levando à depressão e por vezes ao suícidio.
    -a Noruega é actualmente a segunda maior produtora de petróleo da Europa, sendo apenas superada pela Rússia, tendo um fundo petrolífero estimado em 400 mil milhões de euros.

    Quanto às suas duas opções pude constatar o seguinte:
    -na Holanda é necessário saber holandês para se conseguir um emprego decente.
    Quer o consulado Português quer a população em geral dão um fraco apoio aos imigrantes.
    A comida é fraca e a sociedade peca um pouco por falta de conhecimentos nomeadamente no que diz respeito aos países constituintes da União Europeia (pode acontecer perguntarem-lhe se Portugal faz parte dela!).
    Outro probléma é o transito uma vez que dos 17 milhões de habitantes, cerca de 70% se encontra concentrada numa área que abrange as 4 principais cidades e que se estende num espaço de apenas 60km.

    -Quanto à Alemanha os problemas são basicamente os mesmos: o trânsito visto que também há neve juntando ainda o facto de não haver limites de velocidade na auto estrada podendo deparar-se com carros a circular a 280km por hora.
    Os vendedores e toda a população em geral são mal educados e mal humorados e podem rir-se de si ao pronunciar algumas das palavras dificeis alemãs.
    Existe ainda o problema da comida que é bastante diferente da portuguesa e, pior ainda, a água visto que lá só existe praticamente água com gás...


    Quer o alemão, quer o holandês não são línguas fáceis de aprender mas pode ler um pouco mais sobre isto em:
    http://mundoem5minutos.blogspot.com/2011/08/quais-as-linguas-mais-faceis-de.html


    Pode ainda ver uma lista de países em termos de prosperidade em:
    http://www.prosperity.com/rankings.aspx

    Espero ter ajudado,
    André Caiado

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