quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Hipertensão arterial


Há várias alturas da vida que nos fazem parar para pensar, o aparecimento de uma doença crónica é, sem dúvida, uma delas.
Diariamente somos confrontados com os vários números de casos de doenças e com os progressos da medicina, fazendo-nos pensar que jamais seremos nós e se, "por grande azar", formos haverá uma forma de a tratar.
Pois bem, quando uma nos bate à porta (ou a alguém perto de nós) somos forçados a aperceber-nos da efemeridade da vida e que podemos ser o rosto de alguma.


Nestas alturas há que repensar os nossos hábitos de vida porque há muita coisa que se pode fazer para preservar aquilo que temos de mais precioso, a nossa saúde.



A hipertensão arterial é um reconhecido factor de risco das doenças cardiovasculares.


Em Portugal, existem cerca de dois milhões de hipertensos! Destes, apenas metade tem conhecimento de que tem pressão arterial elevada (1 milhão), apenas um quarto está medicado (500 mil) e apenas 16 por cento estão controlados (80 mil). Só por aqui podem ver os riscos que grande parte da população está a correr para o desenvolvimento deste tipo de doenças...
Hoje sabe-se que a adopção de um estilo de vida saudável pode prevenir o aparecimento da doença e que a sua detecção e acompanhamento precoces podem reduzir o risco de incidência de doença cardiovascular.


Como se define a hipertensão arterial?

Designam-se de hipertensão arterial todas as situações em que se verificam valores de tensão arterial aumentados. Para esta caracterização, consideram-se valores de tensão arterial sistólica superiores ou iguais a 140 mm Hg (milímetros de mercúrio) e/ou valores de tensão arterial diastólica superiores a 90 mm Hg.
Com frequência, apenas um dos valores surge alterado. Quando os valores da “máxima” estão alterados, diz-se que o doente sofre de hipertensão arterial sistólica; quando apenas os valores da “mínima” se encontram elevados, o doente sofre de hipertensão arterial diastólica. A primeira é mais frequente em idades avançadas.

Classificação da Pressão Arterial:
Óptima- <120 mmHg Pressão Sistólica (PS)
<80 mmHg Pressão Diastólica (PD)

Normal- 120-129 mmHg PS
80-84 mmHg PD

Limite superior do normal- 130-139 mmHg PS
85-89 mmHg PD

Hipertensão arterial grau 1- 140-159 mmHg PS
90-99 mmHg PD

Hipertensão arterial grau 2- 160-179 mmHg PS
100-109 mmHg PD

Hipertensão arterial grau 3- 180-209 mmHg PS
110-119 mmHg PD

Hipertensão arterial grau 4- 210 ou > mmHg PS
120 ou > mmHg PD

O risco de morte e incapacidade por ataque cardíaco e acidente vascular cerebral aumenta progressivamente com os níveis mais altos de pressão arterial.

Mesmo as pessoas cuja pressão esteja no limite superior do normal estão em risco de desenvolver hipertensão arterial e, portanto, devem tentar modificar o seu estilo de vida!


Quais as causas da hipertensão arterial?



Na maior parte dos casos (90 por cento), não há uma causa conhecida para a hipertensão arterial, embora em algumas situações seja possível encontrar uma doença associada que é a verdadeira causa da hipertensão arterial. Por exemplo: a apneia do sono, a doença renal crónica, o hiperaldosteronismo primário, a hipertensão renovascular, a síndroma de Cushing ou terapêutica esteróide, a feocromocitoma, a coarctação da aorta ou a doença tiroideia e paratiroideia.
A hereditariedade e a idade são dois factores a ter também em atenção. Em geral, quanto mais idosa for a pessoa, maior a probabilidade de desenvolver hipertensão arterial. Cerca de dois terços das pessoas com idade superior a 65 anos são hipertensas, sendo este o grupo em que a hipertensão sistólica isolada é mais frequente.



Quais são os factores de risco?



  • Obesidade;



  • Consumo exagerado de sal e de álcool;



  • Sedentarismo;



  • Má alimentação;



  • Tabagismo;



  • Stress;



  • Factores genéticos;


Como prevenir a hipertensão arterial?


A adopção de um estilo de vida saudável constitui a melhor forma de prevenir a ocorrência de hipertensão arterial.
Entre os hábitos de vida saudável sublinha-se a importância de:



  • Redução da ingestão de sal na alimentação;



  • Preferência por uma dieta rica em frutos, vegetais e com baixo teor de gorduras saturadas;



  • Prática regular de exercício físico;



  • Consumo moderado do álcool (um máximo de 30 ml etanol/dia nos homens e 15 ml/dia para as mulheres);



  • Cessação do hábito de fumar;



  • No caso dos indivíduos obesos é aconselhável uma redução de peso.


A ausência de quaisquer sintomas durante a fase inicial da doença faz da medição regular da tensão arterial um hábito a seguir. Todos os adultos, em particular os obesos, os diabéticos e os fumadores ou com história de doença cardiovascular na família, devem medir a sua pressão arterial pelo menos uma vez por ano.



Quais os sintomas que estão associados à doença?


Regra geral, nos primeiros anos, a hipertensão arterial não provoca quaisquer sintomas, à excepção de valores tensionais elevados, os quais se detectam através da medição da pressão arterial.
Em alguns casos, a hipertensão arterial pode, contudo, manifestar-se através de sinais como a ocorrência de cefaleias, tonturas ou um mal-estar vago e difuso, que são comuns a muitas outras doenças.
Com o decorrer dos anos, a pressão arterial acaba por lesar os vasos sanguíneos e os órgãos vitais (o cérebro, o coração e os rins), provocando sintomas e sinais de alerta vários.



Como se faz o diagnóstico da doença?

O diagnóstico é feito através da medição da pressão arterial. Contudo, um valor elevado isolado não é sinónimo de doença. Só é considerado hipertenso um indivíduo que tenha valores elevados em, pelo menos, três avaliações intervaladas.
Compete ao médico fazer o diagnóstico da doença, uma vez que a pressão arterial num adulto pode variar devido a factores como o esforço físico ou o stress, sem que tal signifique que o indivíduo sofre de hipertensão arterial.

Quais as formas de tratamento?

Não há uma cura para a hipertensão arterial!
Apesar de ser uma doença crónica, na maioria dos casos é controlável.
A adopção de um estilo de vida saudável proporciona geralmente uma descida significativa da pressão arterial.
A diminuição do consumo do sal reduz a pressão arterial.
A prática regular de exercício físico pode reduzir significativamente a pressão arterial. O exercício escolhido deve compreender movimentos cíclicos (marcha, corrida, natação ou dança são boas escolhas). Mas os hipertensos devem evitar actividades que aumentem a pressão arterial durante o esforço, como levantar pesos, por exemplo.
Se algum tempo depois de ter posto em prática estas medidas não tiver registado uma descida adequada da pressão arterial, torna-se necessário recorrer ao tratamento farmacológico.
Os medicamentos não curam a hipertensão arterial, apenas ajudam a controlar a doença. Por isso, uma vez iniciado o tratamento, ele deverá ser, em princípio, mantido ao longo de toda a vida.
Convém realçar o papel que o doente tem ao longo de todo o processo de medicação uma vez que, mesmo com um correcto seguimento deste, poderão ser necessárias alterações no mesmo na sua fase inicial e para isto o médico tem que ter a certeza de que o plano está a ser cumprido.



Consequências da hipertensão:

A hipertensão crónica tem efeitos adversos sobre a função cardíaca e os vasos sanguíneos.
Esta obriga o coração a realizar um trabalho superior ao normal, o que provoca a hipertrofia do músculo cardíaco, especialmente a nível do ventrículo esquerdo o que pode originar insuficiência cardíaca.




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