terça-feira, 30 de outubro de 2012

Legs OUT!

Dos mais recentes desenvolvimentos da moda popular encontramos as leggings. Funcionam como uma segunda pele, moldando-se ao corpo e homogeneizando toda a matéria, à semelhança dos fatos que vimos em filmes de ficção cientifica que se passam num futuro um pouco irreconhecível. Na sua evidência de formas esconde a essência: os músculos, vasos, junções e irregularidades. Ao colarem-se ao corpo não deixam espaço para mais nada, nem sequer para o erotismo e sensualidade cujo segredo reside no espaço que é deixado a cada um para supor ou imaginar.
É isso que encontramos de excitante nos vestidos: peças ondulantes que aparentam pairar em volta do corpo como uma nuvem leve deixando ver apenas o suficiente para estimular o pensamento do observador.
As leggins, por oposição, retiram este carácter imaterial e sublime que os vestidos dão ao corpo feminino e tornam-no o mais real possível, a forma do corpo é o que está à vista. As leggins pressupõem que o próprio corpo já será aprazível, isto é, que a mulher que as use corresponda ao modelo "standard" que tem vindo a ser imposto desde a década de 50 do século passado, ideia tão redutora como as leggins em si.
O segundo efeito é o de plasmar, o de tornar a volumetria das pernas em duas dimensões e o que antes era percebido pelas diferenças de luz e sombra e juntas de elementos é agora uma mancha plana, o que torna as leggins a peça de vestuário anti sensual por excelência.

domingo, 1 de abril de 2012

Coimbra, um olhar de Estudante


O ano de 2012 não se esperava nada fácil mas não tão difícíl assim.
Numa altura em que todos os portugueses são alvo das medidas de austeridade, nem mesmo os estudantes escapam.

Olhando para a situação em Coimbra então nem se fala.
Deparada com um corte de 20 milhões no orçamento por parte do Governo, a Universidade vê-se obrigada a abrir portas com o mínimo de condições. Aliás já existem cursos em que cadeiras já não estão a ser leccionadas por falta de verbas para contratar professores (!!!).
Pagando anualmente propinas na ordem dos 1000 euros (que para o ano já se sabe que irão aumentar) serão os estudantes os responsáveis por sustentar o funcionamento daquela que é uma das universidades mais antigas do Mundo e o declínio da sua qualidade?

Juntando ao valor das propinas, os custos com a habitação, alimentação, sebentas e viagens torna-se insustentável, ao comum dos portugueses, a continuação dos estudos.
Este ano as cantinas não aumentaram o preço do prato social, já que é um dos mais caros entre as universidades públicas de Portugal. No entanto temos sido confrontados com uma grande redução dos serviços prestados e da sua qualidade.
Embora o prato social se tenha mantido, todos os outros foram alvo de aumento e mesmo as doses servidas já não são as mesmas... E aliando isto ao escândalo do encerramento das cantinas aos fins de semana parece que, decididamente, não há qualquer apoio a dar aos estudantes.

Sendo a maioria dos estudantes em Coimbra provenientes de várias zonas do país, de Norte a Sul, são os transportes um factor essencial para que os alunos possam deslocar-se a casa aos fins de semana ou mesmo para a própria universidade. Dito isto o que aconteceu?
Vemos o constante aumento das tarifas nas várias companhias de transportes e isto é, quando se decidem a trabalhar porque algumas já são mais os dias que estão de greve.
Falando no caso dos Serviços Municipais de Transportes Urbanos de Coimbra (mais conhecidos como SMTUC) resolveram aumentar única e exclusivamente o passe dos Estudantes deixando todos os outros com as mesmas tarifas do ano anterior. Escusado será dizer que o Estudante é o único que não recebe qualquer rendimento.

Parece que a solução para se continuar a estudar passará por endividar as famílias com mais empréstimos porque de outra forma a situação está a tornar-se insustentável.

Apelava aos que "mandam" (Governo e outras entidades) que sejam vítimas das suas medidas e saibam o que é ser estudante nos dias de hoje para perceberem, de uma vez por todas, que existem consequências dos seus actos!
Deixo ainda uma palavra de incentivo e admiração aqueles que ainda se dispõem a lutar pela melhoria da qualidade da Universidade como foi o recente acto levado a cabo pela Associação Académica de Coimbra que conseguiu a reabertura das cantinas aos fins de semana.

Resta saber para quando que hoje é Domingo e eu vou ter de ir arranjar outro sítio para ir jantar...